Ao Hacker Desconhecido

D. Afonso Henriques

Um grande abraço ao grupo de hackers portugueses que se infiltraram no site da agência de rating Moody’s no fim de semana passado.

 
Embora a linguagem talvez näo fosse a mais cortês, a mensagem foi definitivamente a mais correcta. Eles apresentaram o nosso D. Afonso Henriques a classificar a tal página com um apropriado Z—, visto o seu sistema de segurança ser nulo, e a mostrar-lhes qual o destino que gostariam de dar à sua espada (lá onde o sol não brilha). 

E isto porquê? A Moody’s teve o descaramento de degradar Portugal a um país Junk, em bom latim, um país porcaria incapaz de pagar as suas dívidas. Pode ser que assim seja, mas também pode ser que hajam outros interesses a desempenhar um papel óbviamente muito mais importante do que o destino de cerca de 10 milhões de alminhas. 

. Em primeiro lugar o dólar está a afundar-se a uma velocidade vertiginosa. Os EUA estão à beira da banca-rota, praticamente incapazes de pagar a reformados e veteranos de guerra. Vêem-se deparados com um PIB de 12 biliões de dólares e uma dívida externa de mais de 32 biliões. Agora digam-me, porque é que ninguém os degrada a eles? 

. Em segundo o lugar o Euro é o inimigo natural do dólar, pois o poder de compra poderoso que tem tido faz com que as importações americanas lhes saiam muito caras.

. Há também que não esquecer que estas agências de rating são americanas e por mais que se digam neutrais sempre irão defender os interesses da economia que representam. 

. Depois temos também o facto destas ditas agências fazerem fortunas com as análises de situacões que elas próprias provocam. Não sei se repararam, mas são elas que dão o alarme para uma qualquer economia, invariávelmente europeia, em perigo, e depois são as mesmas que se põem a fazer estudos de mercado para os estados assustados e respectivos credores.

Acho que o caso é óbvio e contra factos nao há argumentos.
Contudo cada um é livre de chegar à sua própria conclusão.

Por minha conta e perante tal gritante injustiça só digo:
O rei vai nú e toda a gente a ver!